
Os olhos
humanos, assim como da maioria dos animais predadores,
estão localizados na parte frontal da cabeça. Os dois
olhos, trabalhando em conjunto, fornecem ao cérebro uma
quantidade significativa de informações essenciais:
ambos vêem um objeto mais ou menos na mesma altura, mas
a partir de dois pontos diferentes, em ângulos
ligeiramente distintos.
Essas duas imagens separadas são enviadas ao cérebro,
que as junta em uma só e percebe o objeto em 3
dimensões.
Os dois olhos trabalhando em conjunto oferecem uma
visão muito mais acurada do que um olho trabalhando
sozinho. A perda temporária da visão em um dos
olhos leva à dificuldade para avaliar a distância exata
dos objetos, porém, se a perda for permanente, o cérebro
pode adaptar-se após certo tempo e a visão
tornar-se quase normal.
Introdução
O olho, ou globo ocular, é um
dos órgãos dos sentidos mais sofisticado e desenvolvido
nos seres humanos, apresentando alta sensibilidade e
precisão maiores do que a da maioria dos animais. Os
dois olhos humanos são protegidos pelas proeminências
ósseas do crânio e pelas pálpebras. As pálpebras
são formadas por um tecido músculo-fibroso, revestido
externamente por pele e internamente pela
conjuntiva.
Os cílios são os pêlos finos que se encontram na
borda das pálpebras. Também têm função de proteção, já
que impedem que pequenas partículas cheguem ao globo
ocular. As sobrancelhas, acima do olho, também
apresentam uma função parecida.
Os músculos oculares se situam ao redor do globo
ocular. Sua contração, que pode ser controlada
voluntariamente, permite ao olho rodar em qualquer
direção e aumentar, assim, o campo visual em torno de
180 graus.
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Estruturas externas do olho
humano |
Estruturas
externas
Córnea
A córnea é parte da
camada externa do olho e equivale ao vidro de um
relógio;
Apresenta as seguintes
funções:
• Transmissão e refração da luz.
Funciona como uma lente que, associada ao cristalino,
compõe o sistema óptico responsável por focalizar as
imagens na retina;
• Proteção da parte anterior
do globo ocular.
Conjuntiva
A conjuntiva é uma membrana
transparente e delgada que recobre a parte branca do
olho e internamente as pálpebras. Tem como função a
defesa da superfície ocular contra agentes externos e a
manutenção da lubrificação ocular.
Íris
Além de dar cor aos olhos –
castanho, verde ou azul -, a íris tem a grande função de
controlar a intensidade de luz que chega dentro do olho.
Isto porque funciona como a abertura de uma máquina
fotográfica. A íris tem uma pequena abertura bem no seu
centro chamada de pupila, por onde passam os raios
luminosos para o interior do globo ocular.
O tamanho
da pupila é determinado pela contração e relaxamento dos
músculos da íris e varia conforme a intensidade da
luz:
• tornando-se mais dilatada quando há pouca
luz (para que mais luz chegue até a
retina);
• estando mais contraída (fechada)
quando há muita luz, para diminuir a intensidade de luz
que chega no interior do olho.
Esclerótica ou esclera
É a "parte branca"
que delimita a porção colorida do olho. A
esclerótica ou esclera é responsável pela manutenção da
forma do olho e pela proteção das estruturas oculares,
já que tem uma consistência mais rígida.
Cristalino
O cristalino tem a importante
função de regular o foco dos objetos conforme a
distância que eles se situam do olho (como se faz com um
binóculo), permitindo a visão precisa de objetos
próximos e distantes. Com o passar dos anos, o
cristalino perde sua elasticidade e a capacidade de
mudar sua forma. Por isso, muitas pessoas a partir
dos 40 ou 50 anos necessitam de óculos para perto,
especialmente para leitura, com o objetivo de compensar
esta perda visual chamada, tecnicamente, de presbiopia.
A perda da transparência (opacificação) do cristalino,
também freqüente em pessoas idosas, é chamada de
catarata e freqüentemente leva à cegueira.
Estruturas
internas
Retina
A retina é um
tecido fundamental para o funcionamento do olho e
trabalha como o filme numa máquina fotográfica: a imagem
é focalizada diretamente nela, que reveste os 2/3
posteriores na parte interna do olho. Sua função é
receber as imagens, formá-las e enviá-las para o
cérebro. As imagens se formam com maior nitidez na
mácula, sendo mais precisas ainda na fóvea (região
central da mácula).
Nervo óptico
O nervo óptico é a continuação
das células nervosas da retina. Sua função é levar as
imagens captadas na retina para o cérebro para formar a
visão.
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Paciente sendo examinada com o
oftalmoscópio |
Métodos de visualização da retina
A retina
pode ser visualizada pelo oftalmologista através da
pupila. Isso pode ser feito por meio de instrumentos
oftalmológicos mais simples, como o
oftalmoscópio, bem como através de métodos mais
sofisticados.
Fluidos intraoculares
O olho é preenchido
pelo líquido intraocular, que mantém pressão suficiente
no globo ocular para que fique distendido e com formato
esférico. Esse líquido pode ser dividido em duas
porções: humor aquoso e humor vítreo. O equilíbrio entre
a formação e a reabsorção do humor aquoso regula o
volume total e a pressão do líquido
intra-ocular.

Medição da pressão intraocular:
tonometria
Pelo fato de não ser prático
introduzir uma agulha dentro do olho do paciente para
medir a pressão intra-ocular, essa pressão é medida
clinicamente por meio de um dispositivo apropriado
chamado de tonômetro. A córnea é anestesiada
localmente e a base do tonômetro é colocada sobre a
córnea. Uma pequena força é aplicada no êmbolo
central, fazendo com que a parte da córnea situada
abaixo do êmbolo seja empurrada para dentro. A
quantidade desse deslocamento é registrada na escala do
tonômetro e este, por sua vez, é calibrado em termos de
pressão intra-ocular.
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Camadas do filme
lacrimal |
O filme lacrimal
O filme lacrimal, também
conhecido como lágrima, é o mecanismo natural do
organismo para proteger a superfície ocular contra
infecções e contra os efeitos corrosivos da sujeira,
poeira e outras partículas aéreas. Elas ajudam a criar
uma superfície regular, de forma que a visão permaneça
clara e sem distorções, proporcionando uma sensação de
conforto nos olhos. As lágrimas fornecem uma superfície
úmida e lubrificada, que se mantêm sobre o epitélio
corneano.
O filme lacrimal é composto por três
camadas:
• A camada mais externa, oleosa,
previne a evaporação excessiva da lágrima;
• A
camada do meio, aquosa, mantém o olho
umidificado;
• A camada interna mucosa forma a
ligação entre o filme lacrimal e o epitélio
corneano.
Funções das lágrimas
• Fazer da córnea
uma superfície óptica, lisa e regular, favorecendo a
precisão da visão;
• Umedecer a córnea e a
conjuntiva;
• Inibir o desenvolvimento de
microorganismos no olho.
Uma produção adequada de lágrimas é importante para a
manutenção da saúde, do conforto e da capacidade de
controle de infecções no olho. A deficiência na produção
das lágrimas ou de qualquer um dos elementos componentes
no filme lacrimal pode produzir o que se chama de olho
seco.