
Qualidade de Vida
Stress & Qualidade de Vida
Pensa-se sempre no stress como sinônimo de “fadiga” ou extremo cansaço, sempre associado ao trabalho ou ao excesso de responsabilidade. Hoje sabemos que o stress é um excesso, mas a característica básica dele é a “ausência fundamental do prazer”, portanto, um excesso de desprazer.
Pessoas fazem atividades, muitas vezes sem as terem escolhido: ou as escolheram equivocadamente (como acontece com muitos profissionais que, jovenzinhos, escolheram o fácil ou o ilusório). Assim, mais tarde, a rotina da profissão, as frustrações normais e a luta diária – necessária e difícil – não trazem o prazer esperado e tão precioso, gerando um “vazio” pessoal, quase depressivo, cheio de irritabilidade, agressividade e, muitas vezes, doenças no corpo e no psiquismo, como as doenças auto-imunes (alguns tipos de câncer, doenças de pele, de vísceras) e doenças psicológicas como o pânico, o Transtorno Obsessivo – Compulsivo, a ansiedade generalizada e alguns tipos de depressão.
Hoje o nosso ambiente social também instala em nosso aparelho psicológico muitos sinais de stress, pois o prazer do dia-a-dia cedeu lugar ao medo constante da perda caracterizada pelos assaltos, seqüestros, mentiras, acidentes provocados por outros, o medo das drogas que assusta na criação dos filhos, o medo da agressão gratuita no trânsito e nas ruas, etc.
O emprego fica dependente de tantos fatores que mudam a cada instante, a cada momento, às vezes difíceis de serem agregados à vida do trabalhados, por falta de tempo para ir até onde tais fatores podem ser obtidos, às vezes por falta de oportunidade. O fantasma do desemprego ainda assusta, tenciona e provoca a diminuição da busca pelo prazer4 no seio familiar, fazendo com que muitas pessoas busquem na bebida, no jogo ou na medicação (muitas vezes desnecessárias) o “prazer-fuga”, que na verdade não é um prazer, mas uma tentativa de adiar o medo e a frustração, aumentando o stress e comprometendo a qualidade de vida tanto do sujeito como de sua família.
A reação positiva ao stress só pode ser conseguida através do vínculo que o sujeito tem com outro sujeito (cônjuge, filhos, pais, pessoas que admira) e, com esse vínculo e através dele, sentir-se suficientemente forte em seus desejos para realizar suas coisas em nome desse vínculo. Quem tem um vínculo afetivo importante, consegue fazer suas coisas com o prazer necessário para evitar o stress, mesmo que sua atividade não seja prazerosa. Buscar, em cursos, orientações profissionais e outras ofertas de mercado uma melhor maneira de se localizar profissionalmente é um bem inestimável, mas, estar bem em seu meio afetivo é de vital importância. Assim, as pessoas poderiam refletir um pouco mais sobre a maneira como estão usando seu tempo livre, seu contato com o cônjuge ou seu substituto, seus filhos, parentes e amigos. Hoje sabemos que nos reunirmos em pequenos grupos afetivos para falar é muito mais importante e satisfatório do que nos reunirmos para beber; é na fala que veiculamos o prazer de estarmos juntos; muitas vezes a bebida estimula a agressividade que o stress já acumulado contem, e podemos, sem dúvida, tentar repartir o stress em vez de repartir o prazer de estarmos juntos.
Qualidade de vida é viver bem, saber os limites do corpo e do consumo, é saber se frustrar no momento da impotência e saber crescer na oportunidade adequada.
É saber que não existe vida fora da afetividade.
Dicas para evitar o stress no trabalho
- Diante de uma sobrecarga de trabalho e de responsabilidade, faça um período de descanso; lembre-se que o stress pode encobrir doenças mais graves;
- Aprenda a dizer não quando confrontado com solicitações que são exageradas ou que simplesmente não pode satisfazer;
- Faça um balanço diário da sua vida, alegre-se com o que ela tem de bom e felicite-se por isso;
- Identifique os acontecimentos que na sua rotina diária lhe causam mal-estar ou que o perturbam profundamente;
- Delegue atividades e aprenda a trabalhar em grupo;
- Desenvolva um bom relacionamento interpessoal.
